22.9.15

Simples desejos

2015 foi o meu ano.

Um ano que fiz quase nada. Meu despertador não tocou mais de dez vezes nos últimos nove meses. Ano sem compromissos, sem agenda, sem trânsito, sem passar calor na rua... Ano de comida boa, namorado chef que sabe me paparicar, receitas gostosas, sexo intenso, reforma na casa, banhos de cachoeira, tempo de qualidade com meus amigos... 

Tinha decidido tirar o sabático que desejava desde 2010. E consegui. Não que eu tenha me programado financeiramente ou coisa do tipo, mas se não fosse assim na marra não seria nunca. Achei que ia ser diferente, que sem compromissos profissionais mais intensos, não faria absolutamente nada. Mas acabei fazendo muito: li compulsivamente (inclusive livros digitais - que tinha certa resistência). Vi TODAS as séries, temporadas inteiras, non-stop, episódio atrás de episódio, oito, nove, dez horas seguidas. Não fui um dia sequer na academia. Dirigi apenas quando estritamente necessário. Peguei sol. Abri um negócio de comida indiana! E até consegui uma bolsa de estudos pro ano que vem. 

2015 me surpreendeu e estou feliz por estar aqui e agora. 

Só queria que a Dilma não precisasse renunciar e que as fronteiras europeias estivessem escancaradas para os refugiados. Que não estivessem tacando fogo em casas religiosas dos bairros pobres das grandes cidades. Que as praias do Rio de Janeiro fossem mais democráticas e que as gays negras, pobres e de periferia (principalmente as mais pintosas, femininas, enfrentativas, transex e travestis) não estivessem sendo mortas e que pudessem encontrar opções de trabalho mais dignas. 

Isso vai ter que ficar pro ano que vem. 

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