20.12.13

Calendário Maia Pessoal

O tempo vai passando e a cada ano mais dias importantes vão sendo marcados nos nossos calendários pessoais, né? Além do nosso próprio aniversário e dos nossos amigos e familiares mais próximos, temos a data da nossa primeira transa (não me lembro o dia exatamente, só o mês e o ano). Aí vem a morte da nossa cadela e fica impossível não se lembrar dela todos os anos. A data no início de um namoro importante, da festa de casamento, da decisão de se separar. O falecimento de um amigo, o aniversário da retirada daquele tumor, a data do acidente grave de carro, o nascimento de um filho... E assim o ano vai sendo preenchido de dias significativos. Os trezentos e sessenta e poucos dias vão ficando apertados diante de tanta coisa que vai acontecendo na vida da gente. Porque se fosse só a data em si, tudo bem, levaria vários anos pro ano ficar todo cheio, mas e a expectativa diante destas datas? Mal passa uma, já começa a especulação interna sobre a próxima. E o que era pra ser um dia, acaba virando uma semana de recordações mais intensas, chorinhos no trânsito, coração apertado, quase tímido... Estamos envelhecendo e as coisas grandes acontecem e vão se acumulando. Será que passa? Será que a gente se esquece de algumas destas datas? Com o passar do tempo talvez a data da morte da mãe (ou da cadela, ou de ambas) passa desapercebida? Será que com o segundo (ou terceiro) casamento, a gente deixa de se lembrar do dia do primeiro? O dia que a gente passa naquele tão desejado concurso apaga da nossa memória o dia da nossa admissão naquele primeiro emprego tão sonhado? Ou não? Será que as datas vão mesmo se acumulando e com o passar do tempo teremos muitas chances, anuais, de reviver estas sensações? Me parece cansativo. É que viver não é só recordar. Viver é deixar tudo acontecer pra que no ano que vem a gente tenha novas datas para comemorar ou amargurar ou se arrepender. 

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