Última postagem aqui é de julho de 2017.
Dois anos depois, quase que exatos, volto e ainda estou preso no mesmo tema, o espetáculo Hiato, que agora, apenas agora, começa a ter pequenos e translúcidos contornos. Foram necessários mais dois anos para que eu pudesse percorrer os assuntos que me levam a querer continuar escrevendo, subindo ao palco e realizando. Sempre estive muito identificado com as minhas realizações profissionais - fui chamado de incansável por jornalistas, vivendo as minhas emoções através dos personagens. Dois, três personagens por ano para dar conta da vida. E com o último não foi diferente. Um homem pesado lidando com o seu luto, numa pequena tragédia de Dostoiévski, onde, menos de duas semanas antes da estreia, enterro a minha mãe e subo ao palco, sozinho, e abro o espetáculo dizendo: "Pois é, ela está morta e por enquanto está tudo bem".
E era só por enquanto mesmo. Pude não precisar lidar com o meu luto por apenas 6 meses. No primeiro dia das mães sem a mãe fui internado num hospital por 21 dias: pancreatite. A maior glândula do corpo humano reagiu ao choque, à dor e ao luto mal metabolizado. De lá para cá não estive mais bem. Há dois anos tenho preciso lidar com questões do meu corpo e com questões da minha alma. Tudo que está na alma aparece rápido no corpo e sou parado, estagnado, freado para poder processar, na dor. Na dor. Coluna, nervo ciático, inflamações, dor de dente. As dores me param, me forçam a olhar logo para a questão que se apresenta. É um convite para resolver. Resolvo? Não. Não resolvo mas recebo o toque, acolho a emoção, digo a ela que estou consciente de sua presença. Algumas vezes a liberto. Outras me apego.
É quando começo a perceber que o tempo, esse senhor tão bonito, se apressa enquanto eu me atraso. Meu tempo é outro. Nos últimos dois anos e seis meses estou em descompasso, em desequilíbrio, torto, manco, coxo.
Neste Hiato.
E agora, exatamente agora, em meio à dor lancinante que me esfaqueia fundo na carne, eu começo a entender essa pausa necessária, esta boca aberta, este abismo meu, Hiato meu. Entre um lugar e outro lugar, numa pausa aparente pois por dentro não há descanso, não há sossego, esse não-lugar que é lugar de dor, de esfriamento, de buraco existencial, de não-pé no chão, em suspenso.
Cordas. Amarrado. Amarração. Cordas que não me sustentam no ar e que mesmo assim me prendem, limitam, ceifam. Em queda não-livre estou . E de olhos abertos. Nem a queda é livre, imagina eu!
É a janela do quarto compartilhado que cheira à morte e arrotos de comida de hospital que se abre como possibilidade de liberdade. E se eu pudesse parar essa dor agora?, penso, reflito, faço algumas contas. Apago e quando acordo retomo o plano. Não fui treinado na dor. Não a conhecia. Não adoecia, nunca quebrei um osso, nunca torci uma junta, nada, nada de dor. Nada daquilo era dor.
Fui apresentado à dor e parece que a safada gostou de mim, se aninhou, fez morada, permaneceu, veio de mudança! Arrumou suas gavetas, se estabeleceu. A dor criou raízes, se hospedou na minha vida, no meu corpo, na minha rotina.
Multifacetada essa dor! São várias em uma. Caminha por mim, rasga, queima, incendeia, lateja, insiste. Se cansa. Descanso. Acredito. Saio. Começo a olhar para fora e, na espreita, a dor sorri. Sorri não, gargalha! Filha da puta. Pede continência, oferece contingência, monta seu altar, quer oferenda, tem fome, me come por dentro. Hiato de mim.
A dor entra pela porta e eu saio pela janela. Tudo bem, não é bem assim, eu não saio pela janela. Eu não tenho mais janela, hoje janela é algo que não tenho. Por onde andam as minhas janelas? Alguém viu uma janela perdida por aí? Bem, janelas eu não tenho. Mas tenho viadutos. Um em especial. Convidativos os viadutos, não acha?
E essa pausa, essa suspensão. Essa vontade de chão.
Em Dostoiévski já tinha o suicídio da visão de quem fica. Em Hiato a história passa por quem vai, por quem tem a coragem, que eu não tive, de ir. Agora uma questão que fica martelando, martelando: se eu tivesse ido, a dor teria ficado?
Em Hiato, pausa, espera, pequeno respiro estou. Pequeno respiro. Fisioterapia pulmonar - ouço como indicação.
Pequeno respiro, superficial, raso. Eu preciso retreinar meus pulmões. São deles os primeiros movimentos. Respira. Não esquece, de novo, de respirar. Respira na rotina, respira na tristeza, na dor. Respira. Respira... Enche os pulmões, você vai pesar, vai começar a descer, respira fundo, deixa pesar, vem vindo, vem vindo, respira profundo... Isso... Isso...
E bota o pé no chão! O tempo agora é outro. Há vida nova. Há vida ao seu redor. Pisa no chão, pisa no chão.
aqui . entre . nós
16.6.19
6.9.17
2.2.17
Atualização de vida na madrugada de 2 de fevereiro de 2017:
- estou apaixonado e vou me casar em breve. A minha suspeita é que dessa vez encontrei o amor d vida. Isso não quer dizer que seja o mais fácil, longe disso;
- sou ator. Ainda. Acabei de fazer um Dostoievisk e nunca fui tão elogiado por uma performance;
- sou astrólogo. A formação do ano retrasado gerou um ano passado movimentado em meu consultório. Amando cada minuto disso e querendo fortalecer isso;
- estou malhando para o Carnaval. Ganhei músculos mas ainda preciso perder barriga;
- estou saudável;
- minha mãe morreu em 23 de novembro de 2016. Puxado. E libertador;
- frio na barriga pelas coisas que estou projetando para a vida.
- estou apaixonado e vou me casar em breve. A minha suspeita é que dessa vez encontrei o amor d vida. Isso não quer dizer que seja o mais fácil, longe disso;
- sou ator. Ainda. Acabei de fazer um Dostoievisk e nunca fui tão elogiado por uma performance;
- sou astrólogo. A formação do ano retrasado gerou um ano passado movimentado em meu consultório. Amando cada minuto disso e querendo fortalecer isso;
- estou malhando para o Carnaval. Ganhei músculos mas ainda preciso perder barriga;
- estou saudável;
- minha mãe morreu em 23 de novembro de 2016. Puxado. E libertador;
- frio na barriga pelas coisas que estou projetando para a vida.
29.7.16
28.7.16
Retomando a escrita.
Devagar, mas retomando.
Com a Astrologia - um portal que se abriu para mim e no qual estou apenas na entrada - pude exercitar o ato de escrever. Com os Livros Astrológicos que produzo com cuidado para cada cliente, escrevi em 7 meses cerca de mil páginas.
Agora que tudo mudou de novo: tenho uma casa nova, um amor novo, um liquidificador novo, vou tentar ser novo no estilo, na tese, no assunto.
O mundo gira, ou melhor, dá looping, e estou achando graça em tudo isso.
22.9.15
Simples desejos
2015 foi o meu ano.
Um ano que fiz quase nada. Meu despertador não tocou mais de dez vezes nos últimos nove meses. Ano sem compromissos, sem agenda, sem trânsito, sem passar calor na rua... Ano de comida boa, namorado chef que sabe me paparicar, receitas gostosas, sexo intenso, reforma na casa, banhos de cachoeira, tempo de qualidade com meus amigos...
Tinha decidido tirar o sabático que desejava desde 2010. E consegui. Não que eu tenha me programado financeiramente ou coisa do tipo, mas se não fosse assim na marra não seria nunca. Achei que ia ser diferente, que sem compromissos profissionais mais intensos, não faria absolutamente nada. Mas acabei fazendo muito: li compulsivamente (inclusive livros digitais - que tinha certa resistência). Vi TODAS as séries, temporadas inteiras, non-stop, episódio atrás de episódio, oito, nove, dez horas seguidas. Não fui um dia sequer na academia. Dirigi apenas quando estritamente necessário. Peguei sol. Abri um negócio de comida indiana! E até consegui uma bolsa de estudos pro ano que vem.
2015 me surpreendeu e estou feliz por estar aqui e agora.
Só queria que a Dilma não precisasse renunciar e que as fronteiras europeias estivessem escancaradas para os refugiados. Que não estivessem tacando fogo em casas religiosas dos bairros pobres das grandes cidades. Que as praias do Rio de Janeiro fossem mais democráticas e que as gays negras, pobres e de periferia (principalmente as mais pintosas, femininas, enfrentativas, transex e travestis) não estivessem sendo mortas e que pudessem encontrar opções de trabalho mais dignas.
Isso vai ter que ficar pro ano que vem.
8.5.15
1 ano.
Parece que foi ontem. Mas hoje estamos comemorando um ano de namoro. Esta, que é a relação mais intensa que já tive, é também a mais delicada. Tento ser mais suave enquanto para ele tudo tem um peso maior. Ele sente as coisas de maneira bastante diferente que eu. É muito mais jovem, mais cru, mais aberto, sem filtros. Daí preciso reaprender a falar. Como o exercício é ser o melhor namorado possível, tenho mesmo que ter mais cuidado com as palavras e ações. Porém, permanecendo eu mesmo. Em alguns momentos, os mais recentes, não tenho conseguido me reconhecer. É como seu eu tivesse me perdido no processo, na tentativa de fazer dar certo, na vontade de formar com ele o casal que eu acho que podemos ser. As relações mudam muito, o tempo todo, a todo instante. Eu só preciso estar mais forte comigo mesmo para poder ser um eu melhorado, amadurecido, mais legal. Atenção constante. Vigilância. Eu realmente espero que consigamos repetir esta data muitas vezes. Mesmo.
30.4.15
29.4.15
25.4.15
24.4.15
Em obras
Meu nome é Arthur e já faz um ano que moro num canteiro de obras. Sim, dentro de um canteiro de obras.
A casa toda está em reforma. Um projeto faraônico, um elefante branco, uma reforma que se transformou num monumento que ainda não dá para visualizar totalmente.
Paredes foram derrubadas e levantadas, pisos arrancados, fiação elétrica trocada, telhas (todas) destelhadas. Há um ano estou espremido no que chamo de JAGATA FLAT SERVICES - 40 metros quadrados divididos em dois quartos e um banheiro.
Perdi a vista linda que tinha do quarto de dormir (e que agora virou escritório), perdi também muitas roupas e sapatos furtados pelos pedreiros da primeira etapa. Quase perdi a vida duas vezes ao despencar da escada improvisada que conecta os dois andares - uma das quedas deixou sequelas no meu calcanhar. Afundei metade do meu corpo de 1m88cm numa laje que ainda não estava seca, apesar de parecer sólida, e quase fiquei cimentado ali. Uma vez os pedreiros me esqueceram no segundo andar. Era sexta-feira. Eles terminaram mais cedo. Usaram a tal escada de acesso em outro local e a deixaram por lá. Quando me dei conta eram seis horas da tarde e não tinha mais ninguém na obra, nem escada para eu descer e nem uma banana para comer. Sobrevivi com o que tinha no meu frigobar: água. E gelo. Fui resgatado com vida horas depois, fraco e desnutrido.
Caos total. Esta desorganização externa refletiu durante bastante tempo internamente. Não consegui me organizar em meio à bagunça. Tive que tentar me adaptar à poeira excessiva, ao cheiro de tinta (que me causou uma alergia escrota) e aos horários dos operários. Sou notívago. Sempre fui. Acho que a última vez que dormi cedo regularmente foi em 1996. E peão de obra pega cedo no serviço, não é? Logo meu relógio interno ficou completamente alterado. Por meses foi mais ou menos assim: eu dormia duas ou três horas antes da quebradeira começar e então era arrancado dos meus sonhos à força pela barulheira. Sempre um susto! Quando os pedreiros paravam para almoçar eu dormia profundamente novamente e torcia para que eles tirassem uma sesta longa. Quase nunca aconteceu. O pior mesmo foi quando eles tiveram que trabalhar até onze da noite e nos finais de semana. Lágrimas de sangue!
Fui perdendo o ânimo. Minha energia vital ficou desregulada. Minha criatividade desapareceu. A desordem externa se tornou interna. Não estive bem. Não estive nada bem.
Só agora, no que parece ser a reta antes da reta que antecede a reta final da obra é que junto forças, busco um equilíbrio, procuro me animar para ficar em mim de novo. Para isso alguns rituais diários são fundamentais: aspirador de pó, pano molhado no chão e nos móveis, limpar as janelas, organizar a mesa de trabalho. Duas horas por dia de arrumação para alguns momentos de encontro comigo mesmo, na minha poltrona de trabalho, com as minhas inspirações, minhas páginas em branco, minha vida. Já me sinto no lucro.
Vou sobreviver. Manco. Mas vou sobreviver.
22.4.15
14.4.15
Depois de uma fase levemente borocochozinho, tudo em volta me inspira: plantas, um céu bonito, cozinhar uma confort food, uma série... Adoro esses momentos em que parece que meu canal está aberto pro mundo, para as pessoas e coisas todas. Mas o que mais me inspira, definitivamente, são os meus amigos. Como ando meio recluso não tenho encontrado com eles com frequência. Então, basta rolar um momento entre nós que minha cabeça começa a fazer mil conexões e sinapses e as fichas caem lindamente. Sem dúvida, são eles, meus amigos, as minhas musas inspiradoras.
26.2.15
Eu e o botox
A hora do botox chegou pra minha geração. Em definitivo. Muitos dos meus amigos já viraram adeptos: um pouquinho na testa, mais um pouquinho ao redor dos olhos, um leve preenchimento - "é apenas preventivo", eles insistem.
Esses dias fui a uma clínica acompanhar minha mãe. Ela queria dar uma retoque ali e outro acolá. O médico, uma espécie de Dr. Hollywood anão, me olhou rapidamente e disparou:
- É hora de a gente começar em você também.
Apenas sorri, mas sem mexer demais os músculos faciais para não denunciar as minhas já bem marcadas linhas de expressão.
- A pele é como uma folha de papel: se amassar demais depois ela nunca mais perde a marca, mesmo que a gente a passe a ferro! - o baixinho insistiu.
Num almoço com amigos este final de semana, me surpreendi ao saber que todos os presentes já haviam se submetido ao tratamento. Gente da minha idade e ainda mais novos. Todos botocados.
Um dizia que tinha encontrado uma médica ótima que cobrava por ponto, o que seria uma pechincha.
- Pra fazer testa e olhos eu gastei só trezentos reais! Ela ainda faz o retoque uma semana depois. Dura uns seis meses.
Uma amiga estava feliz com o resultado do preenchimento no tal do bigode chinês mas já mostrava (não no olhar congelado) alguma preocupação por conta do efeito que, segundo ela, já estava no fim. Um outro usou nas axilas para parar de suar!
Tentei argumentar que não estou interessado em parecer mais jovem e que o movimentos dos músculos do meu rosto são deveras importantes para mim e para a minha profissão. Informei que ao invés de agulhadas de proteína botulínica produzida por uma bactéria sou adepto de cosméticos caros, o que rendeu uma comoção geral: todos afirmaram que meus cremes caros não passavam de placebos e que todos os milhares de dinheiros investidos em potinhos lindos e assinados por grandes marcas foram em vão.
Anyway, gosto de passar meus cremes, faço isso com alguma regularidade e me sinto seguro com um cosmético caro no rosto, sim. Se eles são uma fraude, saberei em breve. Porém, o que importa aqui é que depois deste encontro com os meus amigos (todos lindos, todos com a pele ótima) reafirmei um compromisso comigo mesmo: vou tentar prorrogar o máximo possível todo e qualquer tratamento estético que envolva aplicação de substâncias estranhas no meu rosto. Já usei laser, ácido, maquininha de choque, colágeno e outras coisinhas mais, porém nunca apliquei nada que congelasse uma parte do meu rosto. Na verdade, esteticamente não acho bonito. Não acho que as pessoas fiquem melhores quando cheias de botox na cara. Algumas, aliás, ficam bem bizarras.
Quero aparentar a idade que eu tenho. Adoraria estar realmente bem para a idade real. Tipo, eu tenho 34 anos e é bom que quando dizem que estou ótimo para a idade que tenho. Se isso se repetir aos 50, maravilha! Não chega a ser um objetivo, mas vou continuar passando meu cremes age-fight e tomando colágeno com semente de uva em cápsulas.
Não dá para retardar o envelhecimento por muito tempo. Acho mesmo que botox sim é placebo - a duração do efeito dura apenas alguns meses. A velhice já chegou e tudo bem também. Entre, seja bem-vinda. Vamos juntos daqui para o resto da minha vida.
18.2.15
Oscar 2015
Consegui terminar de assistir a todos os filmes indicados ao Oscar 2015. Obrigado, carnaval do amor! Acho no geral tudo meio fraco, meio devagar, sem grandes inovações ou interpretações mágicas. Mas ok, é só mais um Oscar, whatever.
Segue aqui os meus favoritos para a premiação que ocorre no próximo domingo, dia 22.
Melhor Filme:
1. SELMA (filme excelente e emocionante - co-produzido por Brad Pitt e Oprah - e que foi praticamente ignorado pela Academia, recebendo apenas esta indicação);
2. BIRDMAN (era o meu favorito até ver SELMA - filme super intenso);
3. GRANDE HOTEL BUDAPESTE (deslumbrante);
4. BOYHOOD (só fica bom da metade pro final);
5. WHIPLASH (bom);
6. A TEORIA DE TUDO (grandes atuações, bela história, direção delicada);
6. A TEORIA DE TUDO (grandes atuações, bela história, direção delicada);
7. AMERICAN SNIPER (amo Clint Estwood, mas o filme é chato);
8. O JOGO DA IMITAÇÃO (o pior, sem dúvida).
Melhor Ator:
Michael Keaton, por BIRDMAN. O menino de A TEORIA DE TUDO deve ganhar.
Melhor Atriz:
Gosto de todas as indicadas por isso fiz um ranking:
1. Reese Witherspoon (LIVRE);
2. Julianne Moore (PARA SEMPRE ALICE);
3. Rosamund Pike (GAROTA EXEMPLAR);
4. Marion Cortillard (DOIS DIAS, UMA NOITE);
5. Felicity Jones (A TEORIA DE TUDO).
Melhor Direção:
Alejandro Gonzales Inárritu (BIRDMAN)
Melhor Ator em Papel Secundário:
Categoria fraca e fico indignado pelo ator que faz o velhinho em SELMA (o Henry G. Sanders) não ter sido indicado, por isso não torço por nenhum dos nomeados)
Melhor Atriz em Papel Secundário:
Patricia Arquette (BOYHOOD) - ela tem uma cena OSCAR.
Melhor Roteiro Original:
Fico dividido entre O GRANDE HOTEL BUDAPESTE (Wes Anderson) e BIRDMAN (Alejandro).
Melhor Roteiro Adaptado:
sem um favorito. Talvez A TEORIA DE TUDO ou WHIPLASH.
11.2.15
5.2.15
Ma(n)donna
Aproveitando o "vazamento" (sim, entre aspas - porque isso é lançamento e ela pode quebrar quantos Ipods ela quiser que não vai me convencer do contrário) do novo álbum da Madonna fiz a lista da ordem dos meus prediletos. Aliás, o álbum atual é o melhor desde Confessions Só para deixar guardado:
1. Ray Of Light (1998) - um dos discos que mais ouvi nesta vida - marcou meu intercâmbio;
2. Confessions on a Dance Floor (2005) - demorei muito para amar este álbum porém amo - bate-cabelo;
3. Erotica (1992) - ainda hoje é um bom disco;
4. Rebel Heart (2015) - ela voltou a ser a divapopmasterplus;
5. American Life (2003) - disco que marcou uma fase muito boa da minha vida;
6. The Immaculate Collection (1990) - foi quando eu comecei a ouví-la - coletânea mais vendida de todos os tempos;
7. Hardy Candy (2008) - é mediano, mas fui ao show deste disco e foi mágico;
8. Music (2000) - disco ruim, mas que foi minha trilha durante os anos que morei no Rio;
9. Bedtime Stories (1992) - boring, mas fofo.
10. Celebration (2009) - boring total, mas a capa é boa e abriu a pista do meu primeiro casamento;
11. Something to Remember (1995) - Madonna fazendo a romântica - bem mediano;
12. MDMA (2012) - I just don't care about this album at all.
Os outros eu não ouvi. É isso. Madonna brilha ainda.
Outra meta
Produzir menos lixo.
Eu me assusto com a quantidade de lixo que eu produzo sozinho em casa. Garrafas de vidro, lixo de banheiro, muito plástico, embalagens de alimentos. Quando é hora de reunir a minha sujeira, sempre me choco e não consigo não pensar no lixo dos outros - no que cada um produz, de como descarta e se é certo termos tanta preguiça para lidar com os nossos restos.
No meu bairro não há coleta seletiva e mesmo que eu quisesse separar todo o material em sacolas diferentes, elas se misturariam no caminhão coletor.
Li que rola de queimar o lixo do banheiro e enterrar o que for orgânico. Isso já diminuiria bastante o que eu despejo no Lixão da Estrutural - que fica apenas a 20km do centro da cidade e é o maior da América Latina - e já virou um problema crônico de Brasília. Pilhas, baterias, eletrônicos e lâmpadas eu entrego num supermercado da Asa Norte que recolhe e dá fim certo a estes dejetos. Já as garrafas de vidro eu tenho conseguido achar vida útil para elas: recipiente para água potável, vaso de flores e armazenamento de cereais e farinhas.
Quero não só diminuir a minha contribuição para o Lixão da Estrutural, mas o objetivo real é produzir menos lixo. Será que eu consigo?
4.2.15
Prefiro ser
Acabei de achar uma meta para 2015:
- esvaziamento total do ego.
É nisso que vou trabalhar este ano.
2.2.15
Prólogo
1. Int. Bar da Festa 5UINTO. Noite.
Show da DJ francesa Miss Kittin. 08 de maio de 2014. Ambiente de boate: luzes, fumaça, muita gente, som alto. ARTHUR, vestindo uma calça jeans skinny preta e uma camiseta rosa-claro com os dizeres "A Tonga da mironga do Kabuletê", e já visivelmente bêbado, decide gastar a sua última ficha de cerveja antes de ir embora. Aproxima-se do BARTENDER, ofereça a pequena ficha de papel e receba em troca uma long neck. ARTHUR vira-se para a pista de dança e procura por algo ou alguém. Encosta-se no bar, desleixado. TEODORO, sem se deixar notar, vestindo preto da cabeça aos pés, surpreende ARTHUR ao se aproximar repentinamente.
TEODORO
Olá. Ta sozinho?
ARTHUR, ríspido
Mais ou menos.
TEODORO
Mais ou menos?
ARTHUR
É. Mais ou menos.
TEODORO, após breve silêncio
Ah... É porque eu to indo embora e eu queria te dar um beijo.
ARTHUR, o encarando pela primeira vez
Um beijo?
TEODORO
É. Um beijo.
ARTHUR, após alguns segundos
Ah, um beijo é tranquilo. Tudo bem.
Sem cerimônia ou preparação, TEODORO e ARTHUR se beijam mecanicamente. Aos poucos o beijo vai ganhando ritmo: os braços, antes tímidos, começam a se encaixar no corpo do outro e as cabeças se movem de forma fluida e cadenciada. Cerca de 3 minutos depois o beijo acaba.
SOM ALTO.
TEODORO pega o número de telefone de Arthur e sai apressado.
CORTA PARA:
ARTHUR termina sua cerveja. Recebe notificação de WhatsApp. Checa seu celular.
INSERT:
Adorei esquecer do mundo ao seu lado.
23.1.15
Vou ser sempre assim
Ando tão Gabriela... uma árvore, um caju na mão, uma flor no cabelo e uma brejeirice sem fim.
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